Às vezes por insegurança, outras para resguardar a autoestima ou para proteger nosso equilíbrio emocional e psicológico, há certos aspectos sobre nossa vida que é melhor manter em segredo e não compartilhar com ninguém.
Todos temos claro que um vínculo social e afetivo dá abertura para compartilhar determinados fatos, alguns pensamentos e experiências passadas que explicamos aos demais porque confiamos, porque a amizade ou o amor se caracterizam, precisamente, por isso mesmo.
Porém, para cuidar de nossa saúde psicológica é necessário entender que a própria identidade requer frequentemente que sejam estabelecidas linhas de proteção.
Assim como quase ninguém diz em voz alta o que pensa, sente ou percebe, sem filtros e nem coberturas – a não ser que sofra de algum transtorno – também não é adequado eliminar barreiras e compartilhar tudo o que é nosso com quem nos rodeia.
Hoje, em nosso espaço, queremos explicar quais aspectos, dimensões e dinâmicas pessoais é melhor manter no jardim do privado. Confira!
1. Planos, sonhos ou projetos: cuidado com quem os compartilha
Todos temos projetos em mente que, em ocasiões, comentamos com alguém.
-Mais tarde, e pelas razões que forem, pode acontecer de deixarmos essas metas de lado, postergá-las ou nos desfazermos delas. Isso pode acontecer.
-Este fato, tão natural e tão comum, é o detonante para que muitos encarem como justificativas eficazes para nos criticar, para nos colocar em evidência como pessoas que, longe de lutar por algo, abandonam.
-Em outros casos, pode se dar um fenômeno um tanto mais complexo: que pessoas próximas assumam nossas mesmas metas ou se apropriem de nossos próprios desejos.
Por estes e outros motivos como possíveis invejas, sofrer comentários depreciativos ou ouvir o típico “você não vai conseguir”, o melhor é fazer uso da discrição e reservar seus próprios objetivos vitais.
A luta silenciosa, persistente, contínua e sempre discreta, obtém os melhores frutos.
2. Mantenha as coisas sobre seus amigos e família em segredo
Tudo aquilo que pertença a esferas alheias às nossas não é nosso território e, portanto, não se compartilha.
-Isso é algo quase “vital”: o que tenha a ver com amigos, família, e inclusive companheiros de trabalho é como um tesouro privado que é preciso proteger.
-Nada disso pode ser revelado a terceiras pessoas. Nada disso deve ser exposto. Nada do que eles tenham passado, sofrido, vivido, rido ou chorado, pode simplesmente escapar para terceiros.
-Ainda, é conveniente exigir a mesma coisa aos outros: ninguém pode falar aos outros sobre as nossas intimidades.
É um princípio de reciprocidade que diz muito sobre as pessoas e que, portanto, devemos praticar.
3. É melhor não compartilhar as intimidades da nossa vida afetiva
Não deveríamos fazê-lo mas, em ocasiões, quando temos uma amizade com alguém, não hesitamos em falar de nossa vida sexual, ou de detalhes íntimos e privados que experimentamos com nosso parceiro.
Pode ser que a princípio pareça algo normal e até divertido, ou reflexo de uma boa amizade estabelecida com alguém.
Porém, na medida do possível, é preferível não cair nesta deriva de revelar esses aspectos ou detalhes que só cabem ao próprio casal.
Não há problema algum em comentar certos pontos do relacionamento, se somos felizes ou não, que coisas fazem parte da nossa rotina diária.
Porém, como dissemos, há terrenos que têm campos vetados, por um princípio básico e essencial de respeito à outra pessoa que amamos.
4. Muitos dos seus pensamentos deveriam ser só seus
Há certos aspectos de nosso universo pessoal que não só não é conveniente expor para revelar a alguém, mas muitas vezes nem podem ser explicados.
-Há vezes em que experimentamos determinadas sensações, intuições, que não podemos definir.
-São elas que fazem, por exemplo, com que evitemos certas pessoas, que escolhamos um caminho ao invés de outro, ou que, em um dado momento, precisemos ir embora de um lugar, ou comprar certas coisas, ou fazer aquilo outro.
Há realidades que simplesmente ocorrem “porque sim e sem mais”, e que não há como explicar. Caso o façamos, o mais provável é que não nos entendam ou que inclusive formem uma imagem errada de nós.
5. Suas virtudes, seus atos nobres, seus atos heroicos
Em 2001 reanimei um homem que havia sofrido um afogamento na praia. Cuidei da minha mãe com Alzheimer até que ela faleceu, fiz isso e aquilo outro dia.
Me preocupo todos os dias que meus avós tenham a geladeira cheia e a casa em condições. Colaboro com entidades que ajudam países de terceiro mundo. Já resgatei 10 animais abandonados…
-Mais do que manter esses dados em segredo, o mais adequado é “não vestirmos medalhas”, sermos discretos, nos mantermos humildes.
-Em nosso dia a dia há milhões de heróis e de boas pessoas cumprindo com estes mesmos atos, que longe de serem heroísmos, são ações normais que todos deveriam realizar.
São fatos que, por sua vez, enriquecem a nós mesmos e que recompensam o próprio coração, não o dos outros.
Portanto, não precisamos exibi-los e, às vezes, tampouco comentá-los. Fizemos e fazemos o que deve ser feito, e essa é a realidade autêntica.
Uma realidade que, às vezes, só nós entendemos em profundidade…
Fonte: Melhor com Saúde
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