Não, eu não sou mulher pra ser feita de trouxa

Por Anieli Talon

Deixa eu te falar uma coisa: não tenho vocação para ser trouxa.

É isso mesmo, não cabe em mim esse papel porque sei muito bem da pessoa que eu sou.

Não vou te cobrar nada, nem te impor atitudes, mas fique sabendo que não vou tolerar ser feita de boba.

Antes de assumir qualquer relacionamento eu estava bem, feliz, vivendo meus dias de forma solta e suave. Você apareceu e foi como uma onda que me levou junto, quase não consegui me desvencilhar. Nadei até à praia para respirar, porque de fato, fiquei sem fôlego.

Ok, entendi que estava apaixonada. Confesso, essas coisas me assustam um pouco. Estar em estado de paixão tem a estranha mania de nos colocar refém dos sentimentos. Não é fácil perder tal controle. (risos). Mas o que sei é que foi uma onda boa, que há tempos não passava por esta praia.

Resolvi então mergulhar para ver no que ia dar…

Tudo então passou a fluir na boa maré. Os dias ficaram ainda mais interessantes e sua companhia me fortaleceu em vários aspectos. Passei a viver e a me dedicar a este amor. Na verdade sou dessas: adoro agradar quem está comigo. Me entrego por completo.

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Sou dessas que quando se apaixona e redescobre o amor não mede esforços. Se é para estar junto, que seja na lealdade e parceria, nada de pé lá e outro cá. Receio me relacionar, por vários motivos, mas quando estou dentro de um, eu me jogo, sem essa de medo de amar dentro do amor. É preciso viver o amor em sua plenitude, sem medo ou receio.

Por isso, deixa eu te lembrar mais uma vez: eu não sou mulher para ser feita de trouxa.

Me leva a sério. Não me venha com desculpinhas, não me tire da minha zona de conforto para me dar dor de cabeça e angústias noturnas.

Quero amor leve, verdadeiro e leal. Aquele que respeita e deseja ser respeitado. Sem enganações, titubeios ou reticências.

Se for para me tirar do meu aconchego que me tire para ver estrelas, sejam elas reais ou imaginárias. Que me faça suspirar e sorrir sem motivos. Que me faça transbordar.

Amor mesmo tem que ser leve, gostoso, com entrega e confiança. Laços que nos ligam pelos nossos sentimentos de cumplicidade e não de ciúme e desconfiança.

Além disso, relação não é prisão, tem que ser livre, da forma que o outro possa viver a sua vida e depois possa compartilhar a suas experiências sem precisar viver a todo momento ao lado do amado. É importante sim que estejamos sempre no pensamento.

Por isso, deixa eu te lembrar: Não sou mulher para ser feita de otária não!

Deus me livre viver de olhares de pena e de remorso. É papo reto: me poupe das suas malandragens. Até porque, aqui não cola. Sacanagem pra mim é algo que se faz em quatro paredes com quem a gente gosta, se for pra fugir disso, eu fujo. Sem culpa, nem pena.

Mulher que se ama não sustenta amores inválidos. É preciso se valorizar. Se não vejo isso, me jogo num barco e saio remando, de coração leve, sol na face e coração aliviado.






É jornalista, atriz e tem a comunicação como aliada. Escritora por natureza, tem mania de preencher folhas brancas com textos contagiados por suas inspirações.