Tudo o que você precisa saber sobre o brinquedo que virou febre entre crianças e adolescentes
É sempre assim: de vez em quando surge um brinquedo ou uma brincadeira que logo vira febre entre crianças, adolescentes e até adultos. Quem não se lembra do saudoso ioiô e da mola maluca? E do Tamagotchi, aquele bichinho virtual que você tinha que “alimentar”?
Tudo bem, você não é dessa época? Vamos dar um exemplo mais recente então: o que dizer do fenômeno Pokemon Go? O eletrônico – que propunha a caça com o celular a avatares em lugares reais – fez a cabeça de jovens e adultos do mundo inteiro da noite para o dia. Alvo de críticas, logo desapareceu – assim como tudo o que é modinha. Mas deixou rastros, já que teria provocado inúmeros acidentes.
Agora, a bola da vez é o spinner (ou fidget spinner). Seu filho já te pediu um? Se ainda não, prepare-se porque logo ele vai querer. O brinquedo nada mais é do que uma geringonça de três pontas arredondadas de plástico ou metal. Há modelos coloridos, com 5 pontas e até os que têm luzes. O que todos eles fazem? Nada mais do que girar, girar e girar entre os dedos, conforme é pressionado. (Veja no vídeo abaixo).
Origens
O dispositivo foi desenvolvido nos Estados Unidos durante os anos 90 para ajudar no tratamento de pacientes com autismo e com déficit de atenção. Depois de 20 anos, foi patenteado pela indústria de brinquedos e, agora, com a força da internet e das redes sociais, ganhou fama no mundo todo, principalmente pelo baixo preço e pela facilidade de ser adquirido. Você pode comprá-lo em vários sites, lojas e até no mercado informal. O preço, no Brasil, gira em torno de R$ 10,00. Mas o brinquedinho está envolvido em muitas polêmicas.
Terapêutico?
Algumas pessoas acreditam que este mero brinquedinho pode ter um fundo terapêutico contra o estresse e ajuda no tratamento do déficit de atenção. Em entrevista ao El País, a psiquiatra infantil Beatriz Martinez, disse que não é bem assim. “No momento, vender um spinner como um remédio para transtornos de déficit de atenção é uma fraude. É preciso pesquisar muito mais. É muito preocupante a tendência da sociedade de vender qualquer coisa como terapêutica sem evidências científicas”, afirmou a especialista.
Proibição
Várias escolas dos Estados Unidos e da Europa já proibiram os alunos de levarem o spinner para a sala de aula. Brincar com ele, só se for na hora intervalo. Os professores argumentam que o brinquedo, ao invés de melhorar a concentração dos estudantes, atrapalha, pois eles ficam preocupados em saber quanto tempo o dispositivo ficará rodando entre os dedos e não prestam atenção no que a professora está explicando na lousa.
Acidente
Há algumas semanas, as redes sociais revelaram a primeira vítima do spinner: foi uma criança do Texas, Estados Unidos. De acordo com a mãe, a garota estava brincando com o fidget e engoliu uma peça dele. A menina começou a vomitar e foi rapidamente levada a um hospital. Um exame de Raios-X mostrou a peça no esôfago da criança, que precisou ser sedada para que os médicos retirassem o objeto através de um procedimento de endoscopia.
Apreensões
Em Portugal, 16.000 spinners foram recolhidos do mercado por não informarem a indicação da faixa etária adequada nas embalagens. As autoridades portuguesas proibiram a venda do brinquedo para crianças menores de 3 anos de idade por conter peças pequenas, o que implica o risco de engasgamento.
O que fazer?
Claro, a decisão de permitir ou não que as crianças usem determinado brinquedo é dos pais. E eles devem estar sempre atentos à procedência, aos objetivos e possíveis oferecidos pelos produtos. Não cair nas armadilhas das promessas sem comprovação científica é crucial
Se for permitir que seu filho brinque com o spinner, fique de olho: não deixe que ele o leve para escola, verifique faixa etária recomendada pelo fabricante e, principalmente, monitore o uso para que brincadeira não se torne um vício para os pequenos.