Joaquim Corsino de 63 anos, pedreiro, precisou vencer muitos desafios e esperar mais de 40 anos para realizar seu grande sonho. Vestido de beca e com chapéu de formado ele recebeu, o tão sonhado diploma de graduação em Direito.
Vencendo as dificuldades
O agora Bacharel em Direito, Joaquim Corsino, pedalava diariamente 42 Km, entre Cariacica, onde mora, até Vitória, onde fica a faculdade de Direito em que ele cursava.
A distância, nunca desanimou o estudante. O sonho de Joaquim para o futuro é ser Delegado, “Quero ser delegado de polícia”.
Esse mineiro nascido na cidade de Itaumirim, Minas Gerais, chegou ao Espirito Santo aos 18 anos. Com mais de 20 concluiu um curso técnico em Administração.
Mas após ser aprovado no vestibular de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em 1980, ele precisou deixar os estudos para trabalhar. Começou a atuar como ajudante de pedreiro e mais tarde como pedreiro.
Mesmo com a dura rotina, internamente Joaquim sempre alimentava a vontade de estudar. Por isso a cada tijolo assentado, parte do dinheiro ganho era guardado. Atuando como pedreiro em Bandeirantes, Cariacica, o pedreiro juntou ao longo dos anos R$ 55 mil para os estudos.
Joaquim Corsino contou sua história no programa Encontro
“Eu sou um camarada que gosta das coisas honestas. Sempre quis fazer um curso de Direito para ajudar outras pessoas”, conta Joaquim, que em 2008 iniciou a graduação em uma faculdade privada. Quatro períodos foram concluídos, mas o pedreiro teve que adiar o sonho por mais um tempo.
“Um amigo pediu R$ 4.500 emprestados e não pagou. Aí eu tive que parar a faculdade para juntar mais dinheiro para poder pagar o curso todo”, lembrou.
Mas mesmo com mais essa dificuldade, em 2012 Joaquim retornou à graduação e não parou mais. Todos os dias ele fazia o trajeto de sua casa até a faculdade, em Vitória, com sua bicicleta em um percurso de 42 km.
Mas se engana que com o diploma na mão a saga desse guerreiro chegou ao fim. O bacharel em direitos está planejando o seu futuro!
O próximo passo é ser aprovado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Em seguida, pretende se tornar delegado. “Quando eu leio a Constituição no artigo quinto, que fala que todos têm direitos iguais, vejo que tem muita coisa boa nela e eu gostaria de contribuir para isso”.
Assista a reportagem do pedreiro Joaquim Corsino:
Informações: G1