O colunista Flavio Ricco, do Uol, criticou a artista que, apesar de não estar mais se atrasando, agora teria pedido à Globo para se ausentar na novela e ir a Rússia acompanhar o namorado na Copa do Mundo.
Ricco questionou a postura e disparou que Bruna deveria decidir se quer seguir sua carreira ou se pretende ser “namorada do Neymar”.
Bruna se indignou com a nota e se pronunciou em uma espécie de carta aberta divulgada no Twitter. Veja na íntegra o que ela escreveu:
“Primeiramente, é uma pena ler uma notícia como essa numa plataforma como o UOL. E em segundo, gostaria de responder com muito respeito e com amor a matéria do senhor Flávio Ricco. Querido Flávio, o senhor como colunista de TV deve saber bem como funciona uma novela, mas muitas pessoas não sabem. Uma novela dura mais ou menos 7 meses no ar, mas o processo total dura quase um ano. Gravando de segunda a sábado. Um trabalho muito prazeroso, mas também árduo e extenuante.
Por isso, os atores têm por procedimento pedir autorizações, às vezes, para terem folgas por motivos de trabalho fora ou por motivos pessoais. Claro que sempre negociando o melhor momento com direção e produção, sem prejudicar cronograma e o trabalho de todo elenco e equipe.
Eu nem cheguei a solicitar datas exatas à minha produção ainda, então realmente não sei a origem dessa informação, mas pretendo. E de qualquer forma, minha equipe, que é muito generosa e sempre tenta ajudar e administrar da melhor maneira esse tipo de pedido/ocasião para todos do elenco, já está ciente do meu desejo de acompanhar apenas um pouco um momento especial para alguém tão importante para mim. Não serei hipócrita, havendo a possibilidade, sem prejudicar nosso cronograma, vou adorar ir à Rússia. Recentemente, fui liberada para a Cannes a trabalho, pedi folga com antecedência e minha gerente de produção gentilmente organizou o roteiro de uma maneira para que eu pudesse ir. Nem a novela e nem a equipe foram prejudicadas por isso. Só que isso não renderia uma matéria muito interessante e nem daria muitos cliques, então não foi noticiado.
Sobre a questão dos atrasos que você citou, por um período eu realmente estava tendo problemas com os meus horários, cheguei bem atrasada alguns dias. Meu diretor conversou comigo, eu reconheci meu erro, me desculpei por esta falha e me comprometi a mudar esse comportamento, como tenho feito. Quando minha assessora foi questionado sobre a veracidade dessa notícia, eu disse a ela que contasse a verdade. Ainda assim, escreveram mentiras do tipo: “um dia ela até chegou 5 horas atrasada”. Eu poderia ter negado numa tentativa inútil, boba, irreal ou vã de manter uma imagem positiva impecável, mas isso seria um desserviço que vai contra tudo o que eu acredito hoje.
Sou humana, sou falível e acho que ser de verdade é um ato de resistência em um mundo que é cada vez mais de mentira. E também não me sentiria bem diante da minha equipe se fizesse isso. Sou muito jovem, eu sei, mas desde muito pequena aprendi a respeitar meu ofício e o de todos aqueles que trabalham comigo. Tenho direito de ser respeitada pessoal e profissionalmente. Essa análise da manchete é improcedente e sobretudo machista, porque posso sim conciliar meu trabalho e minha vida pessoal, assim como tanta gente faz.
Parem de me enxergar como alguém menor porque sou mulher e deveria “escolher acompanhar o meu parceiro”. Por que o Neymar nunca foi questionado se largaria o futebol para morar no Brasil e ficar perto de mim enquanto eu trabalho aqui? Os nossos trabalhos não são uma questão no nosso relacionamento, não deveriam ser para a imprensa também. Por muito tempo eu preferi ignorar matérias como essa, por achar que daria ainda mais repercussão a elas. O que acontece de fato, mas apanhar calada cansa.
E hoje com as redes sociais, eu tenho como me pronunciar sem medo que minhas palavras sejam distorcidas e que eu continue sendo vítima da imprensa. Hoje sinto que alguns pronunciamentos se fazem necessários para que as pessoas entendam que eu não sou isso ou só isso que estão querendo fazer parecer. Esses pronunciamentos têm uma função social importante para que essa indústria mude cada vez para melhor. Por favor, parem com as especulações vazias.
Com amor, Bruna.”
Infromações: Portal Holanda