Eu normalmente descarto esse pensamento de que a geração atual está condenada em termos de amor, afinal, os tempos mudaram, hoje nós temos opções, pessoas são descartáveis e nós somos mais independentes – ou pelo menos é o que acreditamos.
Mas às vezes eu não consigo evitar o pensamento de que talvez nós estejamos. Eu me pergunto como a geração mais velha fez parecer tão fácil, e como a maior parte dos relacionamentos costumava durar (e ainda duram), enquanto nós não conseguimos nem passar os primeiros estágios de namorar alguém sem um milhão de dúvidas, confusão e perguntas.
Encontrar alguém está se tornando algo cansativo, e mais cansativo ainda é amar alguém. O que era tão diferente anos atrás? Onde nós erramos? Como nós perdemos a essência do amor e do romance ao longo do caminho?
Você via alguém que poderia gostar e então pensava que poderia dar em algo. Você tentava a sorte, tentava saber mais da pessoa, então funcionava, as coisas ficavam oficiais, você conhecia os pais, então noivavam, casavam e tinham filhos. História básica.
Você vê alguém que pode gostar, e então pensa que pode dar em algo. Tenta a sorte, se pergunta se está pronto, ou se isso significa que vai ter que parar de falar com todas as pessoas que você conversa atualmente.
E se você encontrar alguém mais bem-sucedido? Ou mais bonito? Ou mais rico? Você super-analisa, desiste da ideia e espera alguém melhor aparecer ou então espera estar ‘pronta’ para sossegar.
Mesmo que vocês estivessem brigando, vocês ainda conversavam, faziam planos juntos, comiam juntos e ficavam disponíveis um para o outro até que fizessem as pazes.
Vocês se comunicavam e discutiam como fazer para funcionar, como poderiam evitar o conflito no futuro e reafirmavam um para o outro que era apenas uma briga, e tudo vai ficar bem.
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Vocês brigam, aí você pensa que isso não teria acontecido se estivesse namorando outra pessoa, então decide ensinar uma lição não atendendo chamadas nem respondendo mensagens por três dias, ou uma semana, ou um mês, até que o outro tenha aprendido a lição.
Quando vocês fazem as pazes, você fica mais cuidadosa, mais dura e sem a mínima paciência para lidar com drama. Então você decide manter as opções abertas – e tenta encontrar alguém melhor, menos dramático, talvez mais bonito, mais rico e mais inteligente.
Você se comunicava com honestidade e demonstrava amor e afeição mesmo quando não queria. Você apoiava as decisões, era comprometida, mostrava que se importava. Tentava agir com compaixão, ser compreensiva, amorosa.
Você aceitava o outro com suas falhas, e visualizava o futuro. Um futuro que passaria com alguém que mudaria e amadureceria, assim como você.
Você espera horas para responder uma mensagem, usa as redes sociais para abrir o coração, faz joguinho para não parecer carente ou desesperada. Você esconde seus sentimentos quando a pessoa esquece de te responder.
Você silencia a sua voz porque precisa ser paciente, calma, independente. Acredita ser melhor estar com alguém que te silencia do que estar sozinha.
Família era prioridade. O mundo promovia amor, compromisso e monogamia. As músicas e filmes giravam em torno de amor verdadeiro e eterno, que hoje em dia é chamado de brega e piegas.
As pessoas sabiam que a única forma de fazer um relacionamento durar era investindo nele. Investindo tempo, amor e cuidado. As pessoas sabiam como transformar uma casa em um lar.
Quanto mais, melhor. É melhor manter as opções em aberto. Com quantas pessoas você conversa? As ilude, então parte seus corações, então as ilude de novo, sem ter certeza dos seus sentimentos e sendo casual enquanto puder.
Sem compromisso. Amigos com benefícios. Sai, se diverte, bebe e fica com pessoas aleatórias para preencher um vazio.
Feche os olhos e eu te darei um beijo
Amanhã eu sentirei saudades
Lembre-se que eu sempre serei honesto
E enquanto eu estiver fora
Eu escreverei todos os dias
E te mandarei todo o meu amor
O que você quer dizer?
O o o quando você acena sim mas quer dizer não
O que você quer dizer?
Quando não quer que eu me mude
Mas me diz para ir.
Texto originalmente publicado no Thought Catalog, livremente traduzido e adaptado pela equipe Revista Bem Mais Mulher
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