Por: Camille Vitória
Ando procurando ver onde eu errei, onde que ficou explícito que eu nunca iria mudar.
Mas acontece que eu virei uma pessoa que eu não era, algo tomou conta de mim, costumo dizer que foi a maturidade. Não que eu tenha essa certeza, mas é que desde então eu não vejo tudo com o mesmo olhar de antes, não foi só o meu amor próprio que passou a existir.
Foi o modo como eu comecei a ver as pessoas que estão ao meu redor, o modo como eu passei a interagir com elas, a importância de umas coisas que eu tinha como bobas e a valorização de pequenos gestos que eu percebi ser os maiores. O mundo ganhou outro olhar, como se eu tivesse tirado uma venda dos meus olhos.
Opiniões alheias só me afetam se eu deixar. Percebi que eu posso e devo ser feliz sozinha, fazer as coisas acontecerem em segredo, se der certo, ótimo, se não, próximo. Guardei não só os momentos e sonhos, muitos sentimentos também. Eu ainda sou toda transparente, mas há uma parte de mim que é um cofre. A mente. Deixei de tomar as decisões com o coração, sempre pensando nos outros, comecei a pensar um pouco mais em mim.
Eu zerei minha lista de “amigos” e quando vi, permaneceram dois. Pai e mãe. Os que eu chamava de amigo, passei a ter como colega e os colegas, conhecidos. Os antigos conhecidos? Viraram desconhecidos. Desconhecidos bem, continuaram desconhecidos.
Passei a largar mais a tecnologia, preferi os livros mais do que nunca, acredite!
Passei a viver cada momento por inteiro, para garantir que se eu me lembrasse, seria porque se tornou um dos momentos mais importantes.
Deixei pessoas antigas entrarem na minha vida e vi a saída de pessoas que estiveram do meu lado desde então, abri a porta na minha vida, podem definitivamente entrar ou sair e eu não vou mais me importar, talvez eu sinta falta nos primeiros dias, mas tudo, definitivamente tudo, passa. Passei a viver assim por ações erradas, se bem que passo a pensar que não foram tão erradas já que me tornaram a pessoa que eu estou sendo. Ou, por meio das dúvidas, passei a ser uma pessoa resiliente. As coisas mudaram brutalmente, e eu sobrevivi.
Via: Papo Honesto