O ex-presidente do Parlamento de Genebra, Guy Mettan, deputado, não tem carro oficial, nem tão pouco tem uma vaga reservada na sede do Poder Legislativo suiço, ele chega apenas em sua Scooter.
Mettan confessa que vai várias vezes ao trabalho em um transporte público da cidade. Ele ja vai para o se 18º mandato consecutivo, o deputado levou a reportagem aos corredores do Grand Conseil, o nome dado ao Parlamento do Cantão.
A região é uma das mais ricas do mundo, tem uma taxa de desemprego de 5,3% e é um dos pilares de um sistema financeiro que guarda em seus cofres trilhões de dólares. Genebra, de forma insistente, entra em todas as listas das cidades mais caras do mundo há anos.
Mas, para não atrapalhar o emprego dos cem representantes do povo, as sessões do Parlamento são todas organizadas no final da tarde, quando o expediente já terminou.
O presidente do parlamento recebe cerca de 50 mil francos suícos por ano, ou seja R$ 175 mil, por ano. Um deputado normal receberá 30 mil francos, ou o equivalente a R$ 105 mil por ano.
Se transformarmos em Reais, o valor pode até parecer elevado. Mas, hoje, o pagamento ao presidente do Parlamento de Genebra é inferior à média de um salário de um fabricante de queijo, menor que a renda de um mecânico de carros na Suíça, de uma secretária, de um policial, de um carpinteiro, de uma professora de jardim de infância, de um metalúrgico e de um motorista de caminhão, que ganham no mínimo 52 mil francos por ano, o equivalente R$ 182.000 em Reais.
Comparando com o Brasil um deputado estadual, ganha cerca de R$ 25.300 por mês no Estado de São Paulo, por exemplo, o que resulta em R$ 328.900 por ano, contando o décimo terceiro salário (e sem contar décimo quarto, quinto e sabe Deus quantos mais eles se concederem). Fora as ajudas de custo que não iremos nem mencionar!
Mettan explica que a função de deputado consome apenas 25% do seu tempo de trabalho e que, por conta do salário baixo, todos são orientados a manter seus empregos originais, mesmo depois de eleitos. “Na Suíça, a política é considerada como um envolvimento popular”, explicou. “É um sistema de milícia.
Ou seja, não é um sistema profissional. Somos obrigados a ter um emprego paralelo, de ter uma profissão paralela. Não se pode viver com essa indenização”, admitiu o deputado suíço. “Não existe deputado profissional”, completou ele.
Informações: Época Negócios
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