“Eu fui criada achando que cabelo crespo, cacheado e enrolado era a coisa mais feia do mundo.”
Transição capilar é um processo lento, que demanda paciência e vai muito além de uma simples mudança estética.
É um procedimento que se relaciona com a autoestima, compreensão da própria beleza e resgate de uma identidade perdida.
“Eu fui criada achando que cabelo crespo, cacheado e enrolado era a coisa mais feia do mundo e que aquilo não era normal”, afirmou Ludmilla em vídeo publicado em abril (veja abaixo), no qual anunciou que estava abraçando o desafio da transição capilar.
https://youtu.be/EWi7q-3DoZQ
A história da cantora é semelhante a de milhares de meninas negras, que ainda sofrem preconceito por conta dos fios cacheados e crespos numa sociedade que custa a entender o valor da diversidade para além do padrão de beleza eurocêntrico.
Capa da revista Cosmopolitan do mês de dezembro, Ludmila mostrou pela primeira vez seus fios naturais. Ela alisava o cabelo com formol desde os 7 anos de idade.
No Twitter, os fãs comemoram o novo visual da artista.
MARAVILHOSAMENTE MARAVILHOSA ♥
— ????????? (@tuxedomasknigga) November 24, 2017
Ludddd por favor, se esse for teu cabelo de verdade, fica com ele assim forever, ja era gata com os picus, tá mais ainda com ele lindo assim. Migaan
— Conhecidissima nas noites de Paris (@tropicaanas) November 24, 2017
que cabelo lindo lud, meu deus eu to apaixonado ??
— yvel learsi (@yonceminaj) November 24, 2017
Durante a transição, Ludmilla aderiu aos laces (tipo moderno de peruca) sobre os fios naturais trançados. “Usei mega hair por muito tempo. Quando cortei bem curtinho, meu cabelo estava quebrado e espigado. Foi quando eu comecei a tratar e vi que os cachos podiam ser bonitos”, disse a cantora carioca ao Jornal Estadão
Em depoimento Cosmopolitan, a cantora revelou que a ausência de diversidade estética na escola em que estudou quando criança fez com tivesse vergonha de seus fios naturais.
“Quando eu era pequena, estudava em escola particular e todo mundo tinha cabelo liso. O meu era o único cabelo diferente, crespo. E eu, que queria ter o cabelo igual ao delas, ficava passando formol na cabeça.”
Feliz com o resultado alcançado, Ludmilla tem alguns conselhos para quem deseja abandonar os alisamentos agressivos (aos cabelos e autoestima).
“A pior parte do processo é não ter o resultado que você quer logo de cara. Mas foca que dá para fazer e vale muito a pena. Nunca mais você vai ficar com o couro cabeludo ardido. Ser você mesma é maravilhoso.”
Que a decisão de Ludmilla inspire muitas outras mulheres!