“São pequenos gestos, comentários e preconceitos que estão interiorizados mas que passam despercebidos aos homens, mesmo que embora a maioria odeie o machismo.”
As atitudes machistas mais flagrantes são claras para nós. Aquelas que, de forma manifesta e constante, colocaram a mulher em uma posição inferior ao homem em contextos sociais, econômicos, jurídicos e familiares. Aquelas que consideram que o homem e a mulher nascem com objetivos e ambições diferentes na vida.
Em pleno século 21 ainda presenciamos atitudes machistas, são insinuações que mesmo que pequenas colocam a mulher em uma posição inferior ao homem em contextos sociais, econômicos, jurídicos e familiares.
São pequenas insinuações que consideram que o homem e a mulher nasceram com objetivos e ambições diferentes na vida.
Apesar de ter tido um grande avanço a partir de 1970, onde começaram grandes reivindicações históricas e uma crescente conscientização em relação ao machismo em todos os âmbitos culturais e políticos, ainda há pequenos resquícios que continuam interiorizados em muitos homens.
São sequelas em nossa educação e de produtos culturais que nos formaram como pessoas. Apesar de criticar e denunciar o machismo, ainda há pequenos deslizes que o homem cai sem perceber.
O micromachismo, como vem sendo chamado nos últimos cinco anos, se manifesta em em formas de discriminação muito sutis que acontecem todos os dias, até mesmo nos ambientes mais progressistas.
Enumeramos alguns desses “deslizes”, que ainda que sutis, são consideradas atos de micromachismo. Você provavelmente já deve ter ouvido uma ou mais dessas frases descritas abaixo:
1. Achei necessário explicar algo a uma mulher sem que ela me pedisse, pelo simples fato de ser mulher.
2. Comentei com um amigo que ficou cuidando dos filhos: “Hoje te deixaram de babá”.
3. Perguntei a uma mulher se estava “naqueles dias” quando me respondeu com indiferença ou desprezo.
4. Na cama anteponho meu prazer sexual ao de minha companheira e não costumo perguntar quais são suas preferências e necessidades.
5. Disse que “ajudo” nas tarefas do lar, subentendendo que esse é um trabalho da mulher em que eu estou ajudando, e não participando em condições de igualdade.
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6. Pressuponho continuamente a heterossexualidade das mulheres e de outros homens.
7. Nunca fiz um rabo de cavalo na minha filha e nem sequer imagino que meu filho possa usar também.
8. Em meu trabalho ou entre amigos, só chamo os homens para jogar futebol, pressupondo que elas não querem jogar.
9. É a mãe que leva o filho ao médico ou às compras. Eu o levo ao jogo de futebol.
10. Perguntei a minha sobrinha se já gosta de algum menino.
11. Perguntei a uma mulher quando vai ter filhos, mas nunca perguntei o mesmo a um homem.
12. Pago todos os meus jantares com mulheres acreditando que isso é o que se espera de mim.
13. Descrevi uma mulher como “pouco feminina”.
14. Usei a palavra “provocante” para descrever a roupa de uma mulher.
15. Comentei que essas não são formas de falar “para uma moça”.
16. Na companhia de uma mulher, ocupei a poltrona do piloto porque interpreto que esse é o normal ou um gesto de gentileza.
17. Na televisão aprecio apresentadores ácidos e divertidos e mulheres bonitas.
18. Fiz o comentário “Sara é uma mulher forte” subentendendo que as mulheres, em geral, são fracas.
19. Tenho gêmeos e, assim que nasceram, fiz a carteirinha do time para meu filho, mas não para minha filha.
20. Deixo meu filho adolescente ficar na rua até as 3 da madrugada, mas obrigo minha filha a voltar antes da meia-noite.
21. Nunca falei de feminismo com meu filho.
22. Sou dono de um local público e instalei o trocador de bebês no banheiro feminino.
23. Convidado a jantar na casa de amigos, parabenizei a mulher pela comida sem antes perguntar quem tinha cozinhado.
24. Convidado a comer na casa de amigos, dirigi-me ao homem para fazer perguntas sobre carros, dinheiro ou esportes porque achei que elas não se interessariam sobre esses temas.
25. Apresentei uma mulher pelo cargo ou posição de seu marido: “esta é a mulher de…”, em vez de dizer seu nome e profissão.
26. Sou garçom e sempre sirvo a bebida alcoólica para o homem e a bebida sem álcool para a mulher, sem perguntar quem pediu cada uma.
27. Sou garçom e sempre deixo a conta da mesa com o homem.
28. Tentando ser amável, chamei de “linda” uma mulher que não conheço.
29. Disse “você não me pediu isso” quando uma mulher me lembrou que não fiz minha parte nas tarefas do lar.
30. Calei-me diante do comentário machista de um amigo.
31. Julguei uma mulher por sua forma de educar os filhos, mas não o faço com um homem.
32. Em alguma ocasião disse à minha companheira: “Vai sair assim, sem se maquiar?” ou “Não está maquiada demais?”
33. Refiro-me ao conjunto dos cidadãos que defendem a igualdade como “as feministas”, no feminino, pressupondo que é uma luta unicamente reservada às mulheres.
34. Alguma vez, em conversa entre amigos, pronunciei a palavra “feminazi” para me referir a uma mulher que reivindica direitos.
35. Alguma vez, em uma conversa entre amigos, me referi a uma mulher como “louca”.
36. Perguntei a uma mulher como concilia a vida profissional com a familiar, algo que jamais perguntei a um homem.
37. Comprei roupa rosa ou bonecas para uma menina sem consultar seus pais (ou a própria menina) que presente desejava.
38. Fiz um favor a uma mulher “por ser bonita”.
39. Trabalho em um local público destinado a mulheres e só coloquei revistas de moda e celebridades na sala de espera.
40. Em uma conversa sobre políticos, acho normal fazer comentários sobre a aparência delas, mas não sobre a aparência deles.
Informações de El Pais