Por Marisa Donnelly
Cansei de ver o amor sendo exaltado, colocado em um enorme pedestal, sendo lançando aos céus em forma de fogos de artifício.
Isso é tudo que procuramos desde o nascimento. É a resposta. É o começo e o fim (e o que existe no meio). É tudo.
Nós colocamos o amor como a coisa mais incrível do mundo, que encontra-lo significa finalmente ser completa, e estar com o seu ‘grande amor’ vai ser perfeito, sem falhas e tudo o que você sempre sonhou.
Mas a dura verdade que você talvez nem queira saber é que o amor meio que cansa.
O amor é forte, desafiador, é lição que despe a sua alma. Amor é dor. É complicado. Mas ainda assim, vale a pena.
Veja bem, de vez em quando nós glorificamos o amor. O enxergamos como essa coisa perfeita para ser almejada. E quando encontramos alguém com quem nos importamos, quando entramos em um relacionamento, nós travamos.
Porque percebemos que o amor não é aquilo que pensávamos ser. É difícil, é confuso, é cheio de discordâncias e mal-entendidos. E então pulamos fora.
Culpamos a nós mesmos, culpamos nossos parceiros. Nos cansamos, e então começamos a busca novamente, nos sentindo tão incompletos quanto anteriormente.
Talvez nós precisamos de um lembrete: o amor não foi feito para fazer sentido o tempo todo. Não é para ser fácil, para ser colocado dentro de uma caixa bonita, com um laço perfeito.
Talvez o amor – o amor de verdade – é apenas encontrar alguém imperfeito, assim como a gente, e então ama-lo apesar dos seus defeitos. Talvez seja aprender a perdoar as inconsistências do outro, assim como nós somos perdoados.
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Talvez seja confiar, mesmo quando o outro não merece essa honra. Talvez seja sobre recomeçar e reconstruir. Sobre aprender a abraçar todas as partes do outro – as boas e as ruins.
Talvez o amor seja aceitar a dor do outro, o seu passado, sua bagagem, sua ladainha – e ama-lo apesar de tudo isso.
Eu nunca encorajaria ninguém a ficar em um relacionamento que machuca. A estar com alguém que não te trata bem. Mas eu penso que, às vezes, nós esperamos muito do amor e do nosso companheiro.
Nós esperamos perfeição. Esperamos ser amados consistentemente, mesmo quando a gente estraga tudo. Nós esperamos compreensão, perdão e vulnerabilidade, mesmo quando não demonstramos isso para o outro.
Mas talvez, o que nós precisamos mesmo é esperar menos e aceitar mais.
Talvez nós precisamos entender que somos todos humanos, e que todos iremos errar. As pessoas que amamos vão nos decepcionar. A gente vai pedir para elas ficarem com a gente, e talvez elas fujam. Nós pedimos para elas cumprirem suas promessas, e ao invés disso, elas quebram.
Existe um milhão de formas diferentes para alguém que nós amamos nos machucar. Mas precisamos continuar amando, do jeito que somos amados. É assim que o amor funciona – ele sobrevive, ele cresce, ele continua, mesmo na sua imperfeição.
Então pare de colocar o amor em um pedestal. Pare de olhar para o outro esperando que ele supra todas as expectativas que você criou. Relaxe um pouco e aprecie-o pelo o que ele é, mesmo que ele falhe.
Comece a aceitar o que vem junto – de onde ele veio, a dor do último relacionamento dele, a ferida do passado, o fato dele nunca abaixar o assento do vaso e como ele sempre come a comida que você guarda para depois.
Talvez o amor seja fazer pequenos sacrifícios pela pessoa que você ama. Não falar absolutamente tudo que te irrita. Talvez seja não brigar quando ele esquece algo que você pediu. É aceitar e amar ao máximo.
Porque a verdade é que, somos todos pessoas imperfeitas tentando amar alguém perfeitamente. E o amor não funciona assim.
Talvez você encontre alguém que tenha falhas tão brilhantes quanto as suas, alguém que a dor ainda queime tão intensamente quanto o sentimento no seu peito, alguém que seja compatível com os seus pecados. Ame-o nos altos e baixos, nos bons e maus, nos tempos de crise, nas brigas e nas calmarias. Apenas ame. E não pare.
Texto originalmente publicado no Thought Catalog, livremente traduzido e adaptado pela equipe Revista Bem Mais Mulher
Imagem capa: Blikk
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