“Acho que é melhor a gente terminar por aqui.” Foi assim que você terminou aquela mensagem de texto. Você escreveu como se estivesse devolvendo uma mercadoria emprestada que já não era mais necessária.
Você escreveu e eu fiquei uns dias digerindo essas palavras. No início eu fiquei mal. Fiquei triste porque eu não consigo me acostumar com a naturalidade desse mundo em tornar as relações descartáveis. Com esse desrespeito que as pessoas demonstram pelos sentimentos umas das outras.
Eu fiquei mal porque mais uma vez permiti que alguém entrasse na minha vida prometendo as mesmas coisas, e tudo acabou outra vez igual. Hoje, depois de algum tempo, eu resolvi te responder. Sinceramente, ainda não consigo definir se você realmente se esforçou ou se aquele início florido não passou de um mero teatro.
Também não consigo dizer se você não foi tornando tudo mais difícil de propósito até que chegasse ao ponto que chegamos. Talvez você tenha realmente tentado, pode até ser. Isso tudo eu não tenho condições de julgar. No entanto, eu só queria te lembrar que você chegou aqui e encontrou o meu coração em ordem, depois de passar por alguns terremotos.
Eu te avisei do meu medo e do meu passado e você se mostrou disposto a enfrentar tudo isso. Você chegou devagar, com zelo, cuidando de cada ferida aberta e me fazendo acreditar novamente. Você não começou tudo isso por mensagem. Você não me contou os seus segredos por mensagem. Nós vivemos tudo isso pele na pele. Tudo isso você fez aqui, olhando nos meus olhos.
É claro que você tem todo o direito de seguir a sua vida sem mim, mas precisava terminar de uma maneira tão covarde algo que você mesmo se esforçou tanto para conquistar? Para que tanto cuidado no início e tanto desleixo no fim? Custava deixar a boa impressão e as boas lembranças?
Já que não somos mais nada mesmo, fica aqui um toque de alguém que passou pela sua vida. Você não tem obrigação de se comprometer com ninguém, caso não queira, mas isso não te dá permissão para se passar por alguém que você não é e nem muito menos prometer algo que não está disposto nem mesmo a tentar cumprir. Não seja tão irresponsável com o coração alheio. Você não tem esse direito